WASHINGTON - O presidente americano, Barack Obama, saboreou nesta sexta-feira "uma grande vitória", apenas seis semanas após um revés nas eleições legislativas de meio de mandato, assinando um pacote fiscal de 858 bilhões de dólares após um acordo controverso com os republicanos.
Obama assinou a medida às 16h15 local (19h15 de Brasília) na Casa Branca, menos de 24 horas após ser votada na Câmara de Representantes e no Senado. Enquanto na Câmara foram 277 votos a 148, no Senado foram 81 votos a favor e 19 contra.
"A legislação... é uma vitória significativa para as famílias de classe média de todo o país. Eles são os mais duramente atingidos pela recessão que enfrentamos. São eles que precisam de ajuda agora", disse Obama.
O presidente argumentou que o pacote pode ajudar a acelerar o lento crescimento econômico depois da pior recessão em décadas, e acrescentou que também pode ser o prenúncio de um período de cooperação interpartidária, quando os republicanos assumirem o controle da Câmara dos Representantes em janeiro, após os resultados das eleições de meio de mandato realizadas no mês passado.
"O produto final prova que, quando colocamos de lado o partidarismo e os jogos políticos, quando deixamos de lado o que é bom para alguns em favor do que é bom para todos nós, podemos fazer muita coisa", disse ele.
O compromisso prorroga por dois anos as isenções fiscais adotadas em 2001 e 2003, sob a presidência de George W. Bush, e que expiravam em 31 de dezembro.
No total, este acordo representará um custo de 858 bilhões de dólares em 10 anos, de acordo com o Escritório de Orçamentos do Congresso (CBO).
Inicialmente, Obama queria prorrogar a isenção de impostos só para a classe média, ou seja, aqueles que ganham menos que 250.000 dólares ao ano, mas concordou em mantê-la também para os ricos em troca de uma prorrogação de 13 meses dos subídios ampliados para os desempregados.
O presidente americano transformou em prioriedade a aprovação deste acordo, após a derrota eleitoral para os republicanos nas legislativas de 2 de novembro.
Na quarta-feira, após a aprovação no Senado, Obama instou aos democratas da Casa hostis que aprovassem o projeto, o que acabaram fazendo.
A aprovação do pacote fiscal deu esperanças à Casa Branca, que busca o aval republicano em outros projetos, como a anulação da lei que obriga os soldados homossexuais a omitirem sua orientação sexual ou a ratificação do novo tratado START para o desarmamento nuclear com a Rússia.
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