sábado, 11 de dezembro de 2010

Estudo revela marcas mais poderosas do País


Nestlé ocupa o primeiro lugar na sexta edição da Superbrands Brasil


O Superbrands Brasil, estudo realizado pela Superbrands - empresa especializada em avaliação e gestão de ativos intangíveis -, chega à sua sexta edição revelando as marcas mais poderosas do País. Segundo o levantamento, as 10 mais bem cotadas são, pela ordem: Nestlé, McDonald´s, Rede Globo, Coca-Cola, Nike, Bradesco, Fiat, Mercedes Benz, Banco do Brasil e Itaú. O Superbrands Brasil 2010 apresenta ainda o “500 Index Superbrands”, ranking das 500 marcas de maior relevância no mercado brasileiro, além de cases de sucesso de 50 marcas.

Para chegar ao Índice de Força da Marca são analisados 35 atributos, com pesos diferenciados para cada um. A média ponderada resulta de grupos de macro indicadores como preço/valor agregado, produto/serviço, canal de venda/distribuição, pós-venda, qualidade e efetividade do marketing, comunicação e sustentabilidade. A amostra total avaliou 1,2 mil grandes marcas presentes no Brasil, nacionais e estrangeiras.



Barcelona bate recorde histórico com venda de espaço na camisa

Clube espanhol exibirá publicidade paga no uniforme pela primeira vez em mais de um século



Após mais de um século sem exibir mensagens publicitárias em sua camisa, o Barcelona anunciou um acordo com a Qatar Foundation, que passa a figurar no uniforme do clube espanhol na próxima temporada, garantindo o espaço até junho de 2016. Segundo Javier Faus, vice-presidente do FC Barcelona, a negociação deve render cerca de  € 170 milhões até o fim do contrato, sendo € 30 milhões por temporada e bônus por títulos conquistados, que podem chegar a € 5 milhões por ano. O valor é o mais alto já pago por uma marca para ser estampada em uma camisa de clube.

Sem vender espaço publicitário desde a fundação, o time exibe em sua camisa apenas o símbolo da Nike, seu fornecedor de material esportivo, e a marca da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), voluntariamente. Agora, a identidade da Qatar Foundation, dedicada à educação, investigação científica e desenvolvimento comunitário, dividirá o espaço com ambas.

O acordo, assinado sem intermediários entre o novo anunciante e o clube, foi firmado nesta quinta-feira e ratificado por unanimidade pelo Conselho, em reunião extraordinária.

Marcelo Cherto lança livro sobre gestão e empreendedorismo

Empresário reúne artigos escritos ao longo de sua carreira na obra “Sucesso é uma questão de atitude”


O livro “Sucesso é uma questão de atitude”, escrito por Marcelo Cherto, é uma coletânea de textos sobre gestão e empreendorismo, que foram publicados ao longo da carreira do autor. Empresário, consultor, palestrante, membro da Academia Brasileira de Marketing e conselheiro de organizações como a Endeavor Global, Cherto faz questão de contar episódios nos quais ele também fracassou como profissional. Segundo o escritor, as adversidades o prepararam para ser bem-sucedido em novos empreendimentos.
Sua intenção é deixar claro aos leitores - especialmente os mais jovens - que cometer erros tem um lado bastante positivo, desde que não se assuma compromisso com eles. O diferencial da obra é que ela só pode ser comprada no site.

O autor afirma que escolheu esse modelo de publicação e impressão sob demanda por causa da sustentabilidade. Portanto, cada exemplar só será impresso depois de vendido. Cherto ainda doou os direitos autorais à Endeavor, ONG que apoia empreendedores de alto impacto em vários países, incluindo o Brasil.









Julian Assange, o australiano messiânico

Por Paulo Nogueira

Julian Assange, do WikiLeaks, quer simplesmente mudar o mundo. Poderia ser apenas um louco a mais, mas...

Julian Assange: criador, editor e porta-voz do WikiLeaks, site que tem por objetivo divulgar documentos secretos de governos, organizações e empresas

"Os gênios são como as tempestades: vão contra o vento; aterrorizam a humanidade; purificam o ar”, escreveu o filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard. Julian Paul Assange, editor do WikiLeaks, o site que revolucionou o jornalismo investigativo com a divulgação de vazamentos (leaks, em inglês), preenche pelo menos dois dos três requisitos de Kierkegaard. Talvez Assange, australiano de Queensland, de 39 anos, hacker de formação e nômade por opção, não purifique o ar — mas ele com certeza vai contra o vento e aterroriza a humanidade. (Ou pelo menos a parte mais poderosa dela: governos — sobretudo o americano — e o chamado big business.) “Tenho prazer em esmagar canalhas”, diz Assange, em sua voz pausada e monocordiamente grave.
Neste final de 2010, Assange tem alternado momentos de esplendor e de miséria. O esplendor veio com o vazamento, pelo WikiLeaks, de 250 000 documentos da diplomacia americana ao redor do mundo. Assange e o WikiLeaks têm estado nas primeiras páginas da mídia em virtualmente todos os países relevantes, dado o alcance planetário do material. São tele gramas confidenciais de múltiplas embaixadas americanas dirigidos ao Departamento de Estado, em Washington. Neles se fazem avaliações políticas e pessoais que mostram a opinião — frequentemente pouco elevada — que os americanos têm para além deles mesmos.
A miséria de Assange, nestes dias voluptuosos para o WikiLeaks, veio de um país que ele, paradoxalmente, sempre encarou como um santuário: a liberal e permissiva Suécia. Duas mulheres suecas acusaram Assange, numa passagem pelo país há poucos meses, de violência sexual. Uma delas diz ter sido estuprada. A outra afirma que foi molestada. Assange sumiu. Nas raras vezes em que tratou do assunto, disse que era uma retaliação dos americanos. Como não prestou esclarecimentos à Justiça, a Suécia expediu uma ordem internacional de captura.
Tecnicamente, Assange — de longe a maior estrela do jornalismo mundial, hoje — é um foragido. Um homem procurado. No começo de dezembro, especulava-se que ele estivesse na Inglaterra. Por Skype, de lugares secretos, ele concedeu algumas raras entrevistas. Numa delas, à revista Time, que o colocou na capa de sua mais recente edição, ele sugeriu petulantemente que a secretária de Estado Hillary Clinton renunciasse. Isso porque alguns documentos vazados sugeriam que os Estados Unidos estavam praticando espionagem na ONU. (Nada indica que Hillary irá atender a sugestão de Assange.)
Os documentos diplomáticos vazados estão sendo ainda processados. Desde já, o que se pode dizer é que, no conjunto, eles constituem uma aula magna de história moderna. Lendo-os, você fica sabendo, por exemplo, que a China se cansou de fazer o papel de babá da Coreia do Norte, à qual se refere como “criança mimada”. Os chineses gostariam que as duas Coreias se unificassem, sob o comando de Seul. Você também aprende que, na visão americana, a Rússia é um país em que a administração oficial e o crime organizado se confundem. Você é inteirado, igualmente, de que os sauditas gostariam que os americanos bombardeassem o Irã.
Você também conhece a opinião de Washington sobre líderes mundiais: Angela Merkel, chanceler alemã, é “avessa a riscos”. Silvio Berlusconi, premiê italiano, é “irresponsável, vaidoso e ineficiente”. (Um integrante do gabinete de Berlusconi disse que o vazamento é o “11 de Setembro da diplomacia internacional”. Assange, segundo ele, “quer destruir o mundo”.) Algumas revelações são particularmente embaraçosas. Uma mensagem mostra que o veterano presidente do Banco Central britânico, Mervyn King, considera o premiê David Cameron, de 42 anos, “inexperiente”, bem como seu braço direito, George Osborne, chanceler (o equivalente a ministro da Economia), também na faixa dos 40.
Pela primeira vez, numa honraria duvidosa, o Brasil aparece no mapa dos vazamentos do WikiLeaks. Um documento da embaixada americana diz que o país trata da proteção da Amazônia com sua “tradicional paranoia”. O Itamaraty é visto — não sem alguma razão — como um reduto de antiamericanismo. Mas o ministro da Defesa, Nelson Jobim, é um “aliado”. É provável que o tema permaneça com destaque na mídia internacional por mais algum tempo, à medida que a maçaroca de 250 000 mensagens for sendo digerida. Em relação ao Brasil, serão particularmente interessantes as avaliações que eventualmente tiverem sido feitas sobre a presidente eleita, Dilma Rousseff.
O cerco a Assange vai se intensificando. Num programa de televisão no Canadá, um exassessor do governo disse que gostaria de vê-lo “assassinado”. A Amazon.com — dona de um dos servidores utilizados pelo WikiLeaks — retirou-o do ar. Numa entrevista online concedida aos leitores do Guardian — um dos parceiros impressos do WikiLeaks —, Assange afirmou que a escolha da Amazon.com como um dos servidores fora deliberada. Era uma forma de testar a liberdade de expressão americana, “deficitária”.
Aos leitores do Guardian, ele fez um elogio retumbante ao soldado americano Bradley Manning, preso sob a acusação de ter sido o responsável pelo vazamento não só destes papéis mas também dos relativos às guerras no Iraque e no Afeganistão. “Procuramos sempre destacar a fonte, que sempre corre o risco em toda revelação jornalística, e sem cujo esforço os jornalistas não seriam nada”, disse Assange. “Se é verdade, como alega o Pentágono, que Manning está por trás de alguns de nossos furos, então ele é um herói sem paralelo.” É previsível que Manning sofra uma punição exemplar caso condenado pelos vazamentos. Algumas pessoas falam em pena de morte, por “alta traição”.
Assange claramente não gosta dos Estados Unidos, para ele um “país militarista” que “ameaça a democracia”. É certo que Washington o abomina. Mas a sociedade americana parece dividida em relação a ele e ao WikiLeaks. Na votação popular da revistaTime para o título de Pessoa do Ano, ele aparecia, no início de dezembro, na segunda colocação. Um editorial do jornal do prestigioso MIT afirmava, no mesmo período, que o WikiLeaks tem feito “bem para o mundo”, em seus quatro anos de existência. A revistaForbes colocou Assange na capa e o declarou “profeta da transparência involuntária”.
O próximo alvo de vazamentos é corporativo. Os bancos, a indústria farmacêutica e as empresas de energia lideram as listas de especulação. Tem-se falado, especificamente, no Bofa, o Bank of America. O falatório foi suficiente para derrubar o valor das ações do Bofa. Messiânico, ares de anjo vingador, Assange afirma que ao punir as “más empresas” irá, automaticamente, premiar as “boas”.
Ele age, compreensivelmente, como um paranoico. Troca de celulares “como quem troca de roupa”, segundo um perfil do The New York Times. Não usa cartão de crédito. Paga tudo com dinheiro. Usa nomes falsos nos hotéis em que se hospeda. É desconfiado. Muitas vezes, diante de uma pergunta de um jornalista, responde com outra: “Por que você quer saber isso?” Um jornalista inglês que almoçou com ele num restaurante etíope de Londres antes da encrenca sueca embra que seu tom de voz era um quase sussurro, para que eventuais agentes americanos não ouvissem nada.
Você não pode vacilar quando sua missão, como é o caso desse australiano que leva uma vida de filme inverossímil de espionagem, é simplesmente “mudar o mundo”. Você pode admirar ou detestar Assange, mas é inegável que, para o bem ou para o mal, ele vem trabalhando consistentemente — e com extraordinária repercussão — para cumprir a missão portentosa que se outorgou.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

FIA impõe motores mais ecológicos a partir de 2013 na Fórmula 1


PARIS - Os carros de Fórmula 1 terão motores mais ecológicos, que consumirão 35% menos combustível e com dispositivos de controle e de recuperação de energia, a partir de 2013, anunciou nesta sexta-feira a Federação Internacional de Automobilismo (FIA), reunida em Mônaco.
Esta nova exigência de motores para 2013 "ressalta o compromisso da FIA na luta por um desenvolvimento sustentável e para responder às necessidades da indústria do automóvel", manifestou o Conselho Mundial do Automóvel, organismo dirigente da FIA.
A cilindrada dos motores será reduzida dos atuais V8 de 2,4 litros a "uma alta injeção de combustível" (até 500 bar), cuja velocidade máxima cairá até as 12 mil rotações por minuto, segundo um comunicado emitido pela FIA.
Estes propulsores permitirão "reduzir 35% do consumo de combustível" e introduzirão "novos avanços de controle e de recuperação de energia", sem deixar de "manter os níveis de rendimento atuais", segundo a federação internacional.
Os pilotos poderão utilizar apenas cinco motores na temporada 2013, e a partir dela, quatro, diferentemente dos oito empregados neste ano.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Batmóvel em São Paulo

Warner Bros. realiza ação para encerrar os festejos de 75 anos dos super-heróis da DC Comics

Batmóvel: pela primeira vez, veículo ficará a céu aberto em São Paulo

São Paulo - Como ação especial para o fim de ano, a Warner Bros. Consumer Products estaciona na Rua Oscar Freire, em São Paulo, o Batmóvel da série animada "Batman - brave and the bold".
A ação acontece no próximo dia 18, das 6h00 às 22h00, e foi elaborada pelo departamento de varejo da própria empresa para finalizar as celebrações do aniversário de 75 anos dos super-heróis da DC Comics, data celebrada durante todo o ano de 2010.
No País desde abril, essa será a primeira vez que o veículo ficará a céu aberto.

Prefeitos são mais condenados por corrupção, diz AGU

Por Adriana Caitano 

Número de ações ajuizadas contra corruptos cresceu, mas o alvo preferido são os prefeitos



São Paulo - A intenção da Advocacia Geral da União (AGU) era comemorar o Dia Nacional de Combate à Corrupção, nesta quinta-feira, com a divulgação de dados que mostrassem o aumento das ações de combate aos delitos contra o erário. E para isso divulgou um relatório com dados que saltam aos olhos: em 2010 foram ajuizadas 2.449 ações para reaver aos cofres públicos dinheiro desviado por políticos, servidores, militares e até empresários.
Analisados com mais cuidado, porém, os dados mostram que os prefeitos foram os maiores alvos das ações ajuizadas a partir de decisões do Tribunal de Contas da União (TCU). Nenhuma das ações tem como alvo ocupantes de alto escalão de poder como ministros, deputados, senadores e governadores. Como não faltam denúncias contra esses figurões na imprensa, parece que alguma coisa não anda funcionando bem no sistema de punição contra corruptos da AGU. 

“O TCU adora condenar prefeito, mas é inútil com ministros, governadores, deputados e senadores, o que o torna pouco efetivo”, critica o cientista político Ricardo Caldas, que leciona Teoria e Análise Crítica da Corrupção na Universidade de Brasília (UnB).

De fato, o levantamento divulgado pela AGU indica que os prefeitos têm andado bastante fora da linha. Das 2.449 ações ajuizadas com base em condenações do TCU, 1.115 têm como réus prefeitos e ex-prefeitos (45,53%). Em segundo lugar estão os servidores públicos, com 354 (14,45%), seguidos de dirigentes de órgãos e entidades, com 283 (11,56%). Na lista de demais categorias, há ainda secretários de governo estadual e órgãos públicos. Mas nada de poderosos de verdade.

A AGU se defende afirmando que a efetividade das punições tem sido maior. Nos últimos dez anos, o número de ações civis ajuizadas pelo órgão executando condenações do TCU cresceu 87% - em 2001 foram 281 casos, número que em 2010 pulou para 2.147. Considerando todas as ações de 2010, inclusive as que partiram da União, espera-se que os cofres públicos sejam ressarcidos em 2,7 bilhões de reais. Desse total, 582 milhões já foram bloqueados ou penhorados.

Ainda assim, o professor Caldas volta à carga: “Mesmo quando há condenações, poucos punidos devolvem o que foi desviado porque ficam protelando isso com recursos”. Ele argumenta que os dados oficiais são estrategicamente divulgados para dar a aparência de que a corrupção está sendo combatida. “É uma forma de verniz, um jogo de aparência, mas a cultura não muda”, reclama. 

Para Caldas, a corrupção no Brasil só vai deixar de ser regra quando houver uma agência independente que a combata, como acontece no Reino Unido, por exemplo. “Não há interesse de parlamentares e do governo em enfrentar isso. Do jeito que está, é como colocar a raposa para tomar conta do galinheiro”, compara.

Estados - Os dados da AGU baseados em condenações do TCU indicam outra peculiaridade. Em números absolutos, Minas Gerais e São Paulo são os estados com o maior número de casos. No entanto, se analisados proporcionalmente à quantidade de municípios, Amapá, Roraima e Amazonas lideram o ranking. “Minas e São Paulo têm muitas prefeituras e maior potencial de negócios e convênios, o que abre mais brechas para desvios, mas os altos índices dos estados do Norte são inexplicáveis”, comenta o diretor do Departamento de Patrimônio Público e Probidade Administrativa da AGU, André Mendonça.

Para ele, o simples fato de os processos cíveis chegarem a uma solução deve ser comemorado. “Como os processos criminais prescrevem rápido, não há condenações a tempo e a sensação de impunidade é maior”, defende. “O processo cível alcança o patrimônio do sujeito, que prefere ir preso do que perder dinheiro. E não tem prescrição, logo, o tempo não corre contra a sociedade e a pena vai ser aplicada do mesmo jeito.”

Mendonça reconhece que ainda há muito a fazer para reduzir a corrupção no país, mas aponta avanços. “Em 2009, criamos um grupo de 110 advogados da União que estão espalhados pelo Brasil atuando exclusivamente no combate à corrupção. Não se fazia isso antes por falta de prioridade”, destaca. “Tudo é um ciclo, não adianta atuar separadamente. Estamos trabalhando na consequência, mas, se o país quer erradicar a corrupção, tem que agir na raiz do problema: a educação.”

PT e PMDB acertam rodízio na presidência da Câmara

Insatisfeitos com a união das duas siglas, o bloco de partidos da esquerda formado por PCdoB, PSB e PDT uniu-se à oposição (PSDB, DEM e PPS)

PT e PMDB assinaram documento que estabelece o rodízio entre as duas legendas no comando da Casa

Após um mês envolvendo tensas negociações, o vice-presidente eleito e presidente do PMDB, Michel Temer, e o presidente do PT, José Eduardo Dutra, assinaram na tarde de hoje um documento selando acordo para a eleição da presidência da Câmara. O documento estabelece o rodízio entre as duas legendas no comando da Casa de 2011 a 2014, sendo um biênio para cada sigla. A eleição para a presidência do Senado não faz parte do acordo.

Além disso, o documento não inclui cláusula que estabelece qual partido indicará o candidato à presidência no próximo biênio. Entretanto, as duas partes já acertaram, verbalmente, a assinatura de um adendo prevendo que o PT indicará o candidato para comandar a Casa nos primeiros dois anos (2011-2012), o qual terá o apoio do PMDB.
Em contrapartida, o PT apoiará um peemedebista para presidir a Câmara no segundo biênio. O PT deve definir o nome de seu candidato na próxima semana. A bancada divide-se entre o líder do governo, Candido Vaccarezza (SP), e o ex-presidente da Casa Arlindo Chinaglia (SP). O indicado do PMDB para disputar a presidência em 2013 é o líder da bancada, Henrique Eduardo Alves (RN).
Temer foi o primeiro a assinar o documento nesta manhã, na residência oficial da Câmara, antes de embarcar para São Paulo. Um mensageiro entregou o documento a Dutra, que o referendou. Dutra e o deputado Antonio Palocci, futuro ministro-chefe da Casa Civil, se reuniram com a presidente eleita, Dilma Rousseff, na Granja do Torto, na noite de hoje.
Insatisfeitos com a união das duas siglas, o bloco de partidos da esquerda formado por PCdoB, PSB e PDT uniu-se à oposição (PSDB, DEM e PPS) e deve lançar um candidato à presidência da Câmara para se contrapor ao nome apoiado por PMDB e PT.

Mark Zuckerberg promete doar parte de sua fortuna

Bilionário mais jovem da história filiou-se a organização liderada por Bill Gates e Warren Buffett

Criador do Facebook e bilionário mais jovem da história, Mark Zuckerberg filiou-se recentemente ao grupo Giving Pledge, organização liderada por Bill Gates e Warren Buffett, que reúne cerca de 50 milionários - e alguns bilionários - envolvidos em grandes projetos de filantropia.
Com a adesão ao grupo, Zuckerberg se compromete não apenas a doar parte de sua fortuna, como também a fazê-lo em um determinado período de tempo. O prazo para a doação ainda não foi revelado, mas a ideia do Giving Pledge é obter as doações num curto período de tempo.
O grupo defende que não seja preciso esperar os responsáveis pelas doações morrerem para que suas fortunas sejam aplicadas na filantropia. Zuckerberg concorda: “Há tanta coisa para ser feita que é melhor começar agora mesmo”, declarou ele em um comunicado divulgado à imprensa.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O que você precisa saber sobre período sabático

Saiba qual é o momento certo para dar um tempo para a sua carreira e como se planejar para isso

Julia Roberts em cena do filme Comer, Rezar e Amar: para pensar sobre a vida, personagem partiu para uma jornada sabática em três países


São Paulo - Que tal passar um ano inteiro longe de todas os compromissos corporativos? A princípio, a ideia pode até parecer utópica. No entanto, acredite: algumas empresas já estão aderindo ao período sabático como parte de seu pacote de benefícios para executivos.
Inspirado no shabbath judaico, a prática estreou oficialmente no mundo corporativo em 1880 como uma contrapartida da Universidade de Harvard para manter o filósofo Charles Lanman em seu quadro de docentes. Pela proposta, o professor teria direito a um ano de descanso remunerado a cada seis anos de trabalho.
No Brasil, a prática ainda é pouco conhecida. No entanto, especialistas afirmam, os bons ventos da economia podem facilitar a popularização do conceito dentro da lógica das empresas.
“As organizações falam muito sobre retenção de bons funcionários. Os superiores, agora, precisam levar em consideração esse tipo de demanda”, ” diz José Augusto Figueiredo, CEO da DBM para a América Latina. “Do contrário, correm o risco de perder o profissional em caráter permanente”.
Até porque o turbilhão de tarefas inadiáveis, reuniões, metas ambiciosas, horas excessivas para além do expediente tem o poder de sufocar o mais dedicado dos profissionais. Superam-se resultados, cumprem-se missões, fecha-se um ciclo, abre-se um novo. E a vida? Simplesmente se esvai. Sem que o profissional tenha tido tempo para pensar de maneira consistente sobre ela.
“Muitos só conquistam essa pausa necessária quando acontece uma tragédia, como um problema grave de saúde”, afirma o consultor Herbert Steinberg, autor do livro Sabático – um tempo para crescer.
A lógica do período sabático foi retratada pelo cinema, recentemente, no filme Comer, Rezar e Amar (2010). Inspirado na obra homônima, a trama conta a história da escritora Elizabeth Gilbert (Julia Roberts) que, após uma série de reviravoltas em sua vida pessoal, resolveu dar um tempo para a carreira e partir para uma jornada por países como Itália, índia e Bali.
Em 2006, o livro que relata detalhes sobre essa peregrinação foi considerado um dos cem melhores do ano, segundo o jornal The New York Times. Até o início de 2010, Liz já contabilizava a maçar de mais de 4 milhões de exemplares vendidos.
A proposta do período sabático é exatamente levar o profissional a uma jornada para dentro dele mesmo. “É um tempo para sair da rotina, exercer uma vocação diferente ou trabalhar na construção de se rever”, afirma Steinberg. “É um tempo para crescer e para olhar a sua vida de fora”.
Isso não significa que o sabático implica em “jogar tudo para o alto” de uma hora para a outra. Ao contrário. A decisão exige planejamento prévio e um bom senso com relação a toda a trajetória profissional – incluindo as perspectivas de retorno ao mercado após esse período.
Recomenda-se um preparo de seis meses a um ano antes da viagem. O planejamento passa por organizar as finanças para passar um tempo sem receber salário integral, discutir com a família como será o período longe da rotina corporativa e negociar com sua equipe de trabalho.
Antes de partir para seu sabático de três meses em uma peregrinação pelo caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, Steinberg propôs para a rádio Eldorado um programa baseado em suas experiências durante a peregrinação. O patrocínio da emissora e de outras empresas parceiras do consultor cobriu todas as despesas do sabático.
Quando fazer?
Como dita a tradição judaica, cujo shabbath é realizado no último dia da semana, a ideia do sabático vale para períodos em que se encerra um ciclo da vida. “A escolha do momento ideal não é cronológico, mas é lógico”, diz Figueiredo, da DBM. “O profissional precisa já ter construído uma boa reputação naquilo que faz, ter uma grande rede de relacionamentos que o apóiem, além de um patrimônio de bens”.
No caso de Figueiredo, o sabático surgiu em um momento de virada na carreira. Após trabalhar como engenheiro de uma grande corporação, Figueiredo, então com 35 anos, decidiu partir para a area de consultoria de carreira. Para se preparar profissional e pessoalmente para isso deu uma pausa na carreira corporativa por sete meses. “Fiz terapia, li muitos livros, estudei muito e entrei para o curso de Psicologia”, conta.
Ter um objetivo claro é essencial para quem quer fazer o sabático. “O profissional não deve ficar babando, olhando pro teto. É preciso ter uma atividade estruturada, com início, meio e fim”, diz Steinberg. Figueiredo complementa: "Precisa ser um tempo para que ele revisite toda a sua história e faça uma síntese do que procura pela vida".


PARIS  - Manchester United, Tottenham, Barcelona e Schalke 04 terminaram a fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa como líderes de suas chaves, ao final da sexta e última rodada da etapa, disputada nesta terça-feira.
United e Valencia empataram por 1 a 1 no Old Trafford, com o brasileiro Anderson garantindo a liderança dos ingleses no Grupo C.
O time espanhol abriu o placar com Pablo Hernández, aos 32 minutos, assumindo o primeiro lugar da chave, mas um gol de Anderson, aos 62, devolveu a liderança ao time inglês.
Tottenham empatou por 3 a 3 com o holandês Twente, e passou à próxima fase como líder do Grupo A. Inter de Milão, goleado pelo Werder Bremen por 3 a 0, foi o segundo classificado na chave.
Tottenham abriu o placar com gol contra de Wisgerhof (12), e ampliou com dois de Defoe (47 e 59). Twente anotou com Landzaat (22), de pênalti, Rosales (56) e Chadli (64).
Já o Bremen marcou contra o Inter com Prodl (39), Arnautovic (49) e com o peruano Pizarro (88).
Barcelona, líder absoluto do Grupo D, bateu o russo Rubin Kazan por 2 a 0 no Camp Nou, com gols de Fontás (51) e Vázquez (82).
Copenhague venceu o grego Panathinaikos por 3 a 1 na chave D, e avançou como segundo colocado. O time dinamarquês anotou com Vingaard (26), Grönkjaer (50), de pênalti, e Cissé (74), contra. O Panathinaikos descontou com Kante (90+2).
Schalke 04 foi a Portugal e venceu Benfica por 2 a 1, confirmando a liderança do Grupo B.
Os alemães marcaram com Jurado (19) e Höwedes (81), e o Benfica descontou com o brasileiro Luisão.
Lyon empatou por 2 a 2 com Hapoel Tel Aviv, no estádio Gerland, e ficou na segunda posição do Grupo B.
O time francês anotou com Lisandro (62) e Lacazette (88), e os israelenses marcaram com Sahar (63) e Zehavy (69).
Resultados, artilheiros e posições dos Grupos A, B, C e D:
- Terça-feira -
GRUPO A:
Werder Bremen (ALE) - Inter Milão (ITA) 3 - 0
Gols:
Werder Bremen: Prodl (39), Arnautovic (49), Pizarro (88)
Twente (HOL) - Tottenham (ING) 3 - 3
Gols:
Twente: Landzaat (22, pênalti), Rosales (56), Chadli (64)
Tottenham: Wisgerhof (12, contra), Defoe (47, 59)
Classificação final: Pts J G E P Gf Gc dif
1. Tottenham 11 6 3 2 1 18 11 +7 Clas
2. Inter 10 6 3 1 2 12 11 +1 Clas
----------------------------------------------------------
3. Twente 6 6 1 3 2 9 11 -2
4. Werder Bremen 5 6 1 2 3 6 12 -6
GRUPO B:
Benfica (POR) - Schalke 04 (ALE) 1 - 2
Gols:
Benfica: Luisão (87)
Schalke 04: Jurado (19), Höwedes (81)
Lyon (FRA) - Hapoel Tel-Aviv (ISR) 2 - 2
Goles:
Lyon: Lisandro (62), Lacazette (88)
Hapoel Tel Aviv: Sahar (63), Zehavy (69)
Classificação final: Pts J G E P Gf Gc dif
1. Schalke 04 13 6 4 1 1 10 3 +7 Clas
2. Lyon 10 6 3 1 2 11 10 +1 Clas
----------------------------------------------------------
3. Benfica 6 6 2 0 4 7 12 -5
4. Hapoel Tel-Aviv 5 6 1 2 3 7 10 -1
GRUPO C:
Manchester United (ING) - Valencia (ESP) 1 - 1
Gols:
Manchester United: Anderson (62)
Valencia: Pablo Hernández (32)
Bursaspor K (TUR) - Glasgow Rangers (ESC) 1 - 1
Gols:
Bursaspor K: Yildirim (79)
Glasgow Rangers: Miller (19)
Classificação final: Pts J G E P Gf Gc dif
1. Manchester United 14 6 4 2 0 7 1 +6 Clas
2. Valencia 11 6 3 2 1 15 4 +11 Clas
----------------------------------------------------------
3. Glasgow Rangers 6 6 1 3 2 3 6 -3
4. Bursaspor K 1 6 0 1 5 2 16 -14
GRUPO D:
FC Barcelona (ESP) - Rubin Kazan (RUS) 2 - 0
Gols:  FC Copenhague (DIN) - Panathinaikos (GRE) 3 - 1
Gols:
FC Copenhague: Vingaard (26), Grönkjaer (50, pênalti), D. Cisse (74, contra)
Panathinaikos: Kante (90+2)
Classificação final: Pts J G E P Gf Gc dif
1. Barcelona 14 6 4 2 0 14 3 +11 Clas
2. FC Copenhague 10 6 3 1 2 7 5 +2 Clas
----------------------------------------------------------
3. Rubin Kazan 6 6 1 3 2 2 4 -2
4. Panathinaikos 2 6 0 2 4 2 13 -11

Corinthians: problema não foi a derrota, mas a falta de espetáculo, diz especialista

No ano do centenário, time faz investimentos vultosos em marketing, mas decepciona nos campos.

Ronaldo: desde a chegada do atacante, o Corinthians aumentou seu faturamento em 54%

São Paulo - O Corinthians foi o time brasileiro que mais arrecadou com patrocínios na temporada 2010 de futebol. Tendo recebido R$ 59,5 milhões no período, o clube fechou acordos com marcas como Coca-Cola, Kaiser, Hypermarcas, Nike e PanAmericano. 
Em licenciamento de produtos e relacionamento com o torcedor, os esforços também foram vultosos. De chip para celular a TV de bolso, de carne a geladeira, o clube lançou até seu próprio "país": a República Popular do Corinthians. Tudo isso para comemorar o centenário em grande estilo. Mas além de emprestar a marca a produtos e de se aproximar de plataformas digitais, o Corinthians também apostou alto em grandes contratações.
Ao trazer pentacampeões brasileiros como Ronaldo e Roberto Carlos, o time apresentou um modelo de contrato que hoje é copiado por outros clubes. Em operações conjuntas com o departamento de futebol, o Corinthians fechou acordos de patrocínio em que marcas parceiras ajudam no pagamento dos salários dos craques. Para o bolso de Ronaldo, por exemplo, vão R$ 13 dos R$ 38 milhões que a equipe corinthiana recebe do Hypermarcas - o centroavante conta ainda com percentual sobre as vendas de ingressos nas bilheterias. Todo o investimento e a criatividade que o clube mostrou em marketing, no entanto, não se refletiu nos campos. Mesmo com o maior artilheiro das Copas do Mundo, o time terminou o Campeonato Brasileiro na terceira colocação ao empatar por 1 a 1 com o Goiás.
Para Claudinei Santos, diretor do Núcleo de Estudos em Negócios do Esporte da ESPM, a vitória no principal campeonato de futebol do país não foi o fator decisivo para a imagem do time: "São duas coisas diferentes", explica, "uma coisa é o desempenho nos campos, e outra são as atividades de marketing que o time promove. É claro que com todos os investimentos no ano do centenário, a marca Corinthians ganhou valor e respeito. Teria ganho mais ainda se o clube fosse campeão do Brasileirão, mas isso não chega a ser o problema."
O problema, para Santos, deu-se mesmo na falta do espetáculo, característica que movimenta - e em parte, sustenta, já que leva a bilheteria às alturas - os grandes clubes europeus: "Não é o fato de não ter ganho o campeonato; é o fato de ter feito maus espetáculos. Na Europa, quer o time ganhe ou não, há espetáculos de futebol. Há entretenimento, há shows. As pessoas vão aos estádios, e não é o desempenho do time lá que torna o jogo mais valioso, e sim o espetáculo que ele pode transmitir aos espectadores."
Sylvio Maia, professor do MBA em Gestão e Marketing Esportivo da Trevisan Escola de Negócios, julga os esforços de marketing do Corinthians como uma revolução: "O Corinthians quebrou paradigmas e fez um marketing inovador, criando uma nova perspectiva para o mercado. Eu diria até que ele inflacionou o mercado de marketing esportivo, estabelecendo um novo patamar para outros clubes, que acabaram percebendo um espaço para crescer. No caso do patrocínio do desodorante Avanço, por exemplo, o clube teve a sacada de aplicar a marca na parte inferior das mangas da camisa, praticamente nas axilas dos jogadores".
Maia enfatiza ainda que, mesmo com a derrota no Brasileirão, o Corinthians não deve sofrer grandes abalos. Segundo ele, a marca fortaleceu-se muito ao relacionar-se com um jogador como Ronaldo: "Do ponto de vista de performance do time, é claro que gera uma decepção para os torcedores, mas eu diria que hoje, a marca Ronaldo beira o tamanho de muitas marcas de empresas brasileiras. Arriscaria até dizer que Ronaldo vale, no mínimo, meio Pelé, que este ano foi avaliado em aproximadamente R$ 600 milhoes de reais. Imagine agora a força de uma marca como a do Corinthians, que já é forte, associada à marca Ronaldo". 

Pentágono: inimigos dos EUA exploram revelações do WikiLeaks

Porta-voz americano disse que "adversários exploram ativamente" os vazamentos do site

O Pentágono negou qualquer ligação com a prisão de Julian Assange, criador do WikiLeaks


Washington - Os Estados Unidos dispõem de informações segundo as quais os dados contidos nos documentos revelados pelo WikiLeaks são "ativamente" explorados pelos "adversários de Washington", afirmou nesta terça-feira o porta-voz do Pentágono.
"Sabemos por vários canais que nossos adversários exploram ativamente" os dados divulgados pelo site, afirmou à imprensa o coronel Dave Lapan, que, no entanto, não disse como os EUA têm essa informação nem quem explora estas informações.
As consequências da revelação de informações que eram destinadas ao segredo ainda são difíceis de avaliar, segundo Lapan.
Os adversários dos Estados Unidos puderam tomar conhecimento dos modos de funcionamento dos americanos e dos seus meios para obter informação, e assim modificar seu comportamento em consequência, acrescentou.
Também nesta terça-feira, o porta-voz da diplomacia americana afirmou que a prisão do fundador do WikiLwaks é, "nesta etapa", um assunto bilateral entre o Reino Unido e a Suécia.
"Nossa investigação continua, e quanto à sua detenção, trata-se nesta etapa de um assunto entre o Reino Unido e a Suécia", declarou Philip Crowley.
Washington não está envolvido no que ocorreu nesta terça-feira, destacou Crowley, indicando que Assange foi detido "por um pedido de extradição proveniente da Suécia".
Julian Assange se entregou nesta terça-feira em Londres e foi preso. O fundador do WikiLeaks encontra-se em prisão preventiva até 14 de dezembro, por decisão de um tribunal de Londres, após ser detido nesta terça-feira por um suposto caso de estupro, pelo qual a Suécia pede sua extradição.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Seis lições de liderança de Muricy Ramalho para os executivos

Por Luciana Carvalho

Vencedor de quatro Brasileirões nos últimos cinco anos, o treinador do Fluminense pode ser uma inspiração para o mundo dos negócios

Muricy é líder "mão-na-massa"


São Paulo – “Quando o time está jogando bem, quando o time está com todos os seus jogadores em campo e não há nenhum tipo de problema, o técnico não tem nem que se meter muito, porque ele vai atrapalhar...”. Muricy Ramalho sequer conseguiu completar a frase, durante a entrevista coletiva dada após a conquista do título de Campeão Brasileiro de 2010 pelo Fluminense. Interrompido pelos gritos de “É campeão!” dos jogadores do clube, o técnico levou literalmente um banho de seus alunos, em um agradecimento bem-humorado pela vitória.
Com um extenso currículo de vitórias, Muricy venceu quatro dos cinco últimos Campeonatos Brasileiros (três pelo São Paulo – 2006, 2007 e 2008 - e o mais recente pelo Fluminense) e quase foi o substituto de Dunga na Seleção Brasileira. Mesmo depois de um desempenho aquém das expectativas no ano passado, no Palmeiras, Muricy não desistiu e teve mais uma vitória em 2010. Longe dos estádios, algumas de suas características de liderança podem ajudar gestores e executivos a alcançar cada vez mais resultados. O consultor e professor do curso de Gestão e Recursos Humanos da Veris faculdades, do Grupo Ibmec, Cristiano Rosa, enumera algumas lições que os líderes podem aprender com o técnico. Confira.
Ter ambição e saber tomar decisões
Quando foi contratado pelo Palmeiras, em julho de 2009, Muricy era a grande promessa do clube para ganhar o Brasileirão. Apesar das apostas, sua trajetória deixou a desejar, foi demitido, mas nada tirou sua vontade de vencer. Movido por uma grande ambição, o treinador seguiu em frente e assumiu um compromisso com o Fluminense: resgatar o clube quase rebaixado no Campeonato do ano passado e torná-lo vencedor. Conseguiu.
Adequar-se à cultura da empresa
A persistência de Muricy foi decisiva na vitória, mas não só ela. O professor Cristiano Rosa considera que seu sucesso no São Paulo e no Fluminense se deu por uma identificação do técnico com a cultura dos dois clubes. “A cultura do São Paulo é muito semelhante à cultura do Fluminense. Até mesmo as torcidas dos dois times se apoiam. Acredito que ele não conseguiu entregar os resultados no Palmeiras porque não se adequou à cultura do clube”, afirma. Essa adaptação à empresa é, segundo o professor, imprescindível para que a equipe renda bons resultados. Não importa o quanto o líder é eficiente, sem sintonia com a cultura, não há sucesso.
Saber honrar contratos
Todo técnico de futebol sonha em ser o treinador de uma seleção de seu país, e Muricy esteve bem perto de realizar essa vontade. Depois do fracasso da Copa do Mundo deste ano, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, mostrou interesse em convidar o técnico do Fluminense para liderar a seleção. Vendo a possibilidade de perder um grande profissional, o clube negou a liberação de Muricy, que acatou a decisão e preferiu manter seu contrato. “Essa é uma importante lição para os executivos. É preciso saber respeitar os contratos. O Muricy também foi ético, pois poderia pedir para algum patrocinador pagar a multa de rescisão. Mas continuou no clube mesmo assim”, diz o professor Cristiano Rosa.

Saber selecionar e trabalhar com os melhores
Um grande líder precisa saber enxergar onde estão os melhores talentos – tanto os destaques, quanto os que estão menos evidentes. O professor Rosa chama a atenção para as mudanças promovidas por Muricy durante sua trajetória no Fluminense, inclusive a contratação do atacante Washington (ex-São Paulo), que teve participação decisiva no gol da vitória deste domingo (05/12). Para o professor, assim como no futebol, os executivos precisam ir ao mercado para buscar os profissionais certos, que vão fazer a diferença. “Não é ter um Neymar na equipe, mas vários profissionais que conseguem entregar o resultados”, afirma.
Ser líder participativo
Uma postura envolvida com o trabalho é outra lição dada pelo técnico do Fluminense. Definido por Cristiano Rosa como um líder “hands on”, Muricy é o típico profissional mão-na-massa, que se envolve, sua, grita, batalha com a equipe para chegar ao resultado. “Ele é o líder participativo de hoje. Não é do tipo de ficar na mídia, dando palestra. Ele está lá jogando também”, diz. Essa forma de trabalhar, segundo o professor, envolve a equipe e ajuda a moldá-la à cultura de dar resultados no dia-a-dia e não apenas na hora decisiva do jogo. “O meia Conca, por exemplo, é o melhor jogador do Brasil hoje e nem é brasileiro. É Argentino. O Muricy fez o jogador entrar na cultura de ‘entregar no dia-a-dia, para a equipe”.
Ter estratégias internas mais críticas
Para Cristiano Rosa, os executivos devem aprender com Muricy a ter uma postura mais crítica e menos “florida”. Caracterizado por sua autenticidade e naturalidade, embaladas por um certo e já famoso mau humor, o técnico não se preocupa com agrados ou bajulações da mídia, o que o leva a ter uma imagem de mal-educado. Essa maneira de agir pode servir de inspiração para os gestores. “Ele não é um vendedor de estratégia externa, é uma pessoa crítica e não se importa muito com as opiniões de fora. No nosso meio corporativo, há muitas flores; os gestores se preocupam muito com a aparência, mas entregar os resultados que é bom, nada”, afirma.