domingo, 26 de junho de 2011

José Graziano da Silva é o novo diretor geral da FAO



ROMA  - Pela primeira vez desde que foi fundada em 1945, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), será presidida por um latino-americano, o brasileiro José Graziano da Silva, que terá o desafio de erradicar ou pelo menos reduzir a fome no mundo.
O brasileiro, que obteve 92 votos contra 88 do ex-chanceler espanhol Miguel Angel Moratinos, recebeu o apoio da América Latina e dos chamados "países não-alinhados" do G-77, entre eles, boa parte da África e Indonésia.
"Não sou mais o candidato do Brasil, sou o diretor-geral de todos os países", declarou José Graziano em espanhol, visivelmente emocionado após a divulgação do resultado.
O brasileiro foi um dos principais técnicos do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e depois foi assessor especial da Presidência da República,
"Com o passar dos anos aprendi que é preciso caminharmos juntos, obter o consenso, para conquistar os objetivos", acrescentou José Graziano depois de agradecer aos países latino-americanos, africanos, de língua portuguesa e, inclusive, aos países europeus e desenvolvidos.
"Foi um exercício democrático e soberano", disse.

O brasileiro, ex-coordenador do "Fome Zero", era um dos grandes favoritos para suceder o senegalês Jacques Diouf, que ocupava o posto de diretor-geral da FAO há 17 anos.
Nascido em 17 novembro de 1949, José Graziano ocupa o posto de representante regional e vice-diretor da FAO desde março de 2006.
Durante sua permanência na FAO o brasileiro conseguiu que os países de América Latina e Caribe fossem os primeiros em nível mundial a assumir o compromisso de erradicar a fome antes de 2025.
Na apresentação de seu programa, Graziano admitiu que "houve um longo período de negligência com a agricultura, a pesca, as florestas e em desenvolvimento rural e segurança alimentar" no mundo.
"A recente crise econômica global e a crise de alimentos é um alerta para que acordemos. Lembra-nos que estamos interconectados, e isso é mais evidente na alimentação e na agricultura", disse na véspera ao apresentar seu programa.
Graziano é doutor em Economia pela Unicamp e foi professor titular de Economia Agrícola da mesma universidade. Cursou pós-graduação na Universidade da Califórnia e no Instituto de Estudos Latino-Americanos da University College de Londres.
No total seis candidatos participaram do primeiro turno, após o qual quatro desistiram: Franz Fischler (Áustria), Indroyono Soesilo (Indonésia), Mohammad Saeid Noori Naeini (Irã), Abdul Latif Rashid (Iraque).
"Precisamos de uma FAO forte e efetiva", disse durante a campanha Graziano, assegurando que durante os 42 meses de sua eventual gestão concluiria a reforma da organização, que ele conhece como poucos por ter sido diretor regional.
"Estou convencido, com base em minha experiência no Brasil e em outros países, que erradicar a fome é uma meta razoável e alcançável", afirmou Graziano, recebendo muitos aplausos.
A eleição do novo diretor-geral --que assumirá o cargo em 1º de janeiro de 2012 e permanecerá até julho de 2015--, foi realizada durante a 37ª Sessão da Conferência da FAO, que será concluída no dia 2 de julho.

Hong Kong desiste de museu dedicado a seu cidadão mais ilustre: Bruce Lee



HONG KONG - O governo de Hong Kong abandonou o projeto de criação de um museu em memória da lenda das artes marciais, Bruce Lee, como consequência de divergências com o proprietário da casa do ator, informaram as autoridades neste domingo.
"Apesar de nossos esforços, não conseguimos chegar a um consenso com o proprietário imobiliário" sobre o conteúdo do projeto, explicou a agência de Comércio e Desenvolvimento Econômico de Hong Kong.
O jornal South China Morning Post informou que o proprietário da casa, Yu Paglin, impôs como condição para doá-la a criação de um cinema, de uma biblioteca e de um centro esportivo especializado em artes marciais.
As autoridades de Hong Kong queriam se limitar a fazer um museu que contasse a vida do ator e apresentasse a sua contribuição para o cinema e para o kung-fu.
Os fãs de Bruce Lee, morto em 1973 aos 32 anos, pedem há anos a criação de um museu em Hong Kong, lugar onde viveu o famoso ator, que nasceu nos Estados Unidos.