sábado, 16 de outubro de 2010

Qual o verdadeiro Mark Zuckerberg?

Filme retrata o fundador do Facebook como um garoto que passou por cima dos amigos para conquistar sua fortuna. Ele diz que é tudo ficção. Enquanto isso, sua rede social não para de crescer, inclusive no Brasil

Está cada vez mais difícil fugir do Facebook – e de seu criador Mark Zuckerberg. Se não bastassem os 550 milhões de usuários da rede social (quase um terço da população online do planeta) e o seu famigerado botão “curtir’’ que se espalha como epidemia por sites e blogs, agora, até Hollywood resolveu se render ao fenômeno. 
Afinal, a história de um garoto de olhos azuis, inseparáveis chinelos de borracha e cara de bonzinho, que do nada criou um império avaliado em US$ 25 bilhões e tem uma fortuna estimada em US$ 6,9 bilhões, mais que Steve Jobs, tem apelo universal.

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Isso ajuda a explicar o interesse em A rede social, filme que estreou em outubro nos EUA e chega em dezembro ao Brasil. O longa conta a conturbada história do nascimento da empresa que, com apenas seis anos de vida, ocupa uma posição central na transformação da forma como as pessoas se relacionam, trabalham e se divertem. 
 
O retrato que emerge do filme revela um paradoxo. O jovem de 26 anos por trás da rede que conecta “amigos” de todas as partes do mundo é incapaz de se manter próximo das pessoas. Ele teria até passado uma rasteira em seu melhor amigo, o brasileiro Eduardo Saverin, com quem dividia o dormitório em Harvard. 
 
Saverin foi quem bancou os primeiros meses da empresa. Hoje, ele é dono de 5% do site e tem uma fortuna estimada em US$ 1,15 bilhão em razão de um processo contra Zuckerberg. Apesar de tudo isso, a opinião do público sobre o protagonista do filme não é necessariamente negativa. 
 
“Quando você fala com as pessoas, é como se tivessem assistido a dois filmes diferentes”, disse Scott Rudin, um dos produtores do filme, ao The New York Times. A diferença de opiniões está associada à idade dos espectadores. 109.jpg
 Os mais velhos veem Zuckerberg como uma figura trágica que termina o filme menor do que era no começo; os jovens enxergam alguém que fez o que era preciso para proteger e levar adiante a sua criação. 
 
De qualquer forma, fazer fortuna passando por cima dos amigos, não é um retrato muito positivo. Zuckerberg se defende dizendo que boa parte do que é mostrado na telona é ficção. Sucesso de público e de crítica, o filme está cotado até para uma indicação ao Oscar. 
 
Mais do que um filme sobre o Facebook, A rede social revela os bastidores do Vale do Silício, região onde estão as principais empresas de tecnologia dos EUA. Mas não é o primeiro a fazer isso. 
 
O longa metragem Piratas do Vale do Silício, produzido para televisão e sucesso entre as pessoas aficionadas por tecnologia, relata a história do surgimento da indústria da computação acompanhando dois personagens ícones desta área: Steve Jobs, da Apple, e Bill Gates, da Microsoft. 
 
Não foi uma superprodução como A rede social, que é dirigida por David Fincher, de Clube da Luta e Benjamin Button. Mas será que todo esse burburinho em torno do filme será positivo para o Facebook? 
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Se levarmos em conta a supremacia mundial da comunidade online fica difícil imaginar onde mais ela poderia crescer. Um dos poucos mercados importantes em que o Facebook ainda não é líder é justamente o Brasil. 
 
O site mais do que dobrou de tamanho desde o início do ano no País, chegando a 14,4 milhões de visitantes únicos em setembro, segundo o Ibope Nielsen Online. Mesmo assim, a audiência é metade da do Orkut, que pertence ao Google. Se o empurrãozinho que falta para o Facebook desbancar o Orkut virá do filme ainda é cedo para dizer. 
 
Assim como se confirmado o sucesso do filme, haverá uma sequência – uma praxe em Hollywood. Certeza mesmo, só que até o próprio Zuckerberg já viu o filme, mas não disse ainda se curtiu ou não a história de sua vida.
Por Lady A

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