Dilma: tom no debate foi "assertivo", mas não agressivo
São Paulo - A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, usou hoje um jogo de palavras para afirmar que sua campanha não está mais agressiva, embora a mudança de estratégia tenha sido definida pelo governo e por dirigentes do PT pouco antes do debate, no domingo, com o concorrente do PSDB, José Serra, na TV Bandeirantes. Ao participar hoje de uma atividade com mães e crianças, em Brasília, Dilma disse que a campanha, agora, é mais "assertiva" porque ela decidiu reagir ao que chamou de "central de boatos".
"Eu fui atacada de forma clara. Há um mês, a fala da senhora Mônica Serra contra mim foi, de fato, um absurdo notório. Ela dizia: 'Dilma é a favor de matar criancinhas'", afirmou a candidata do PT, pouco antes de conversar com meninas e meninos, em homenagem ao Dia das Crianças.
Dilma se referia à reportagem da Agência Estado, segundo a qual a mulher de Serra tentou demover um eleitor evangélico de votar nela. Ao visitar Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, no dia 14 de setembro, Mônica afirmou ao vendedor ambulante Edgar da Silva de 73 anos, que a petista era a favor do aborto e, portanto, de "matar criancinhas". "Minha diretriz é conversar com a população de fato. Não só ir para eventos, para agitação de bandeiras", comentou Mônica, à época, ao explicar como fazia campanha para Serra.
Freio de arrumação
O presidente do PT, José Eduardo Dutra, disse que Dilma "não vai apanhar calada" no segundo turno. Na avaliação do Palácio do Planalto e do comitê petista, a estratégia mais incisiva de Dilma no debate da TV Bandeirantes foi acertada."É hora de dar um freio de arrumação", argumentou Dutra. "É inadmissível que um país moderno, como o Brasil, seja pautado por temas da Idade Média."
Antes de segurar crianças no colo e de observar um "varal" com desenhos de garotos que rabiscaram o seu nome ao lado da inscrição "Lula", Dilma disse que o Brasil precisa mobilizar a sociedade em torno de uma campanha de adoção. "Hoje, as crianças acima de 7 anos são adotadas, dominantemente, por europeus, americanos e japoneses, e não por brasileiros. Nós temos de fazer alguma coisa", insistiu a candidata do PT.
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