A TERCEIRA TACADA

Prefeito Ademar Ferreira

Por Dr. Canindé de Freitas

A TERCEIRA TACADA

Corria o ano de 1780 quando a filha de Souza Falcão, a jovem Ana, casou-se com seu primo Leandro Bezerra da Cunha Cavalcante e veio morar numa fazenda localizada nos bosques das caraubeiras. Aqui seria dada a primeira tacada do que veria ser a cidade mais invocada do interior do Rio Grande do Norte. È bem verdade que, até outro fato marcante, vários acontecimentos permitiram a existência de nossa querida Caraúbas, entre eles citamos: a criação do distrito de Caraúbas pela Lei n° 250, de 23 de março de 1852; elevado à freguesia pela Lei 408, de 1 de setembro de 1858; em 5 de março de 1868, através da Lei 601, Caraúbas desmembrou-se de Apodi e tornou-se município do Rio Grande do Norte; secas; invasões indígenas etc. Naquela década, o mundo estava conturbado e geravam-se os fatores que desencadearia a Revolução Francesa e no Brasil Imperial insurgiam-se os inconfidentes e a República ainda demoraria mais de 100 anos para acontecer.

No ano de 1917, em plena primeira guerra mundial e Revolução Socialista Russa, estava sendo inaugurado em Caraúbas o Mercado Público. Um visionário conhecido por Delmiro Fernandes de Oliveira estava concebendo, na prática, os moldes da primeira Parceria Público Privada do mundo. Tais PPPs só veio ser positivada, nos anos 90 na Inglaterra e no Brasil pela Lei 11.079 de 30 de dezembro de 2004, e hoje é o que se há de mais avançado no quesito administração Pública. Sem dúvidas, Delmiro dava a segunda tacada na linha histórica de Caraúbas. Essa obra permitiu uma ruptura cultural de proporções gigantescas para época, pois permitiu que uma minúscula concentração de pessoas, antes situadas no então quadro da igreja e beco velho, enxergasse novos horizontes geográficos e comerciais.

Seguindo essa linha de pensamento, tivemos um feito histórico e omitido por todos os historiadores do Cangaço no Brasil: Caraúbas é o divisor de águas da História de Lampião; depois de Caraúbas as cidades perceberam que podiam se defender e não ficar dependentes só das forças republicanas; Mossoró, que registrou a maior fuga coletiva do Brasil, a “Diáspora brasileira”; seu pequeno grupo de resistência só criou coragem para resistir ao saque compulsório e perverso, planejado pelo maior bandido que o Nordeste produziu, depois que soube que Lampião não invadiu Caraúbas por temer Quinca Saldanha, “O Gato Vermelho”; o Lampião incombatível e o combatível tem como marco divisor Caraúbas; se foi por respeito ou medo não se sabe direito, a verdade é que não pisou em nosso solo e ninguém fugiu.

Getúlio Vargas veio nos visitar. Luiz Gonzaga recebe título caraubense. Maior assalto do Brasil tem participação de filhos da terra. Guerras sangrentas entre famílias e ciclos de violência. Aproniano Sá e Nevaldo Rocha saíram de nosso torrão natal. Populares afirmam que Chico Mendes é filho natural de Caraúbas. Vários prefeitos e vereadores que também tiveram sua devida importância, em seus momentos, na dinâmica cidade de São Sebastião. Esse é um resumo da nossa querida Caraúbas, tão visionária como polêmica e respeitada.

É bem verdade que uma parte da imprensa local e regional está deixando de criar matérias e artigos, com conceitos ideológicos, que estabeleça um Norte social positivo e está perdendo admiração e sento taxada com o mais alto insulto para a categoria dos comunicadores, a de pelegos. Talvez, assim como eu, que seja pela falta de graduação acadêmica na área.  Só a título de ilustração cito: a imprensa americana e de outros países declaram com quem está; o New York Times disse na campanha passada ”nós estamos com Barack Obama. Então, porquê o comunicador brasileiro não faz o mesmo? Nós estamos com fulano, com beltrano ou com cicrano.

Mas, a maior verdade é que todos sabem que no ano de 2009 foi articulada a terceira tacada. O Prefeito Ademar Ferreira, em conjunto com seu Irmão Ademos Ferreira e seu sobrinhos Ademos Ferreira Júnior conseguem uma manobra política que daria como resultado a maior obra de Caraúbas de todos os tempos, a UFERSA. Acuso que os Ferreiras implantaram no dia 16/08/10 uma revolução social e econômica impar na História de Caraúbas. Não só pela sua folha de pagamento, pela vinda de ônibus com caravanas de estudantes, pelo dinheiro que o canteiro de obra vai deixar, pela valorização imobiliária, pelo desenvolvimento comercial, entre outras vantagens, mas pelo capital humano atraído e desenvolvido. A tacada dada pelos Ferreiras dará como maior benefício, para a terra das caraubeiras, uma nova forma de pensar.