domingo, 19 de dezembro de 2010

Regime de engorda

Por Daniele Pechi

A Pronto Light conquistou pacientes de nutricionistas e planos de saúde. O objetivo agora é crescer em lanchonetes de academias de ginástica

Eduardo Dimand e Pedro Pandolpho, da Pronto Light

Desde o fim do ano passado, os paulistanos Eduardo Dimand, de 28 anos, e Pedro Pandolpho, de 30, têm visitado médicos, nutricionistas e professores de educação física. Eles não estão à procura de orientação para emagrecer. Nos encontros, Dimand e Pandolpho apresentam o cardápio de sua empresa, a Pronto Light. Seu negócio é vender comida congelada para quem tem de seguir dietas rigorosas, como gente que precisa perder peso ou atletas que necessitam de alimentação especial para melhorar o desempenho no esporte. "O objetivo é fazer com que os profissionais que visitamos indiquem nossa comida para pacientes ou esportistas sob seus cuidados", diz Dimand.
A ideia de criar um negócio especializado em comida congelada light surgiu depois que Dimand começou a praticar fisiculturismo. Para perder peso e ganhar massa muscular, ele precisava seguir uma dieta prescrita pelo treinador. "Achei difícil encontrar o cardápio certo para comer fora de casa e comecei a preparar minhas próprias refeições", diz ele. "Foi quando percebi que havia uma oportunidade para produzir pratos congelados para quem necessita seguir uma dieta, mas não tem tempo de cozinhar." No ano passado, Dimand convidou o amigo Pandolpho para ser seu sócio na Pronto Light.
Hoje, boa parte das vendas é feita pelo site da empresa. O faturamento neste ano deve chegar a 750 000 reais, 50% mais que em 2009. Recentemente, Dimand e Pandolpho fecharam parcerias com duas lanchonetes instaladas em academias de ginástica, que incluíram seus pratos no cardápio. "É um projeto piloto, mas já estamos sendo procurados por donos de outras lanchonetes interessados em servir
nossa comida", afirma Dimand.
Agora os sócios estão tentando descobrir como lidar com diferentes canais de venda. Vender mais pelo site exigiria investimentos para ampliar a área de entrega dos pratos, hoje restrita à Grande São Paulo. Já os negócios com as lanchonetes são menos rentáveis. Para refletir sobre as possibilidades de crescer, Exame PME ouviu Alessandro Gil, fundador da paulistana Ikeda, especializada em construir e administrar lojas virtuais, e Luciana Mankel, diretora de operações da rede de academias Curves no Brasil.
ALESSANDRO GIL IKEDA — São Paulo, SP
Administradora de lojas virtuaisReceita: 10 milhões de reais (previsão para 2010)
Promover uma reforma no site
 Perspectiva A Pronto Light está num mercado que cresceu cerca de 35% ao ano nos últimos tempos. Em 2010, o comércio eletrônico no Brasil deve movimentar 14 bilhões de reais, com compras feitas por 20 milhões de pessoas. Hoje, elas não contam com muitas opções na internet para manter uma alimentação saudável.
• Oportunidades É hora de investir na divulgação em redes sociais, blogs e sites de atividades esportivas. O público que procura essas
informações está em busca do tipo de produto que a Pronto Light vende.
• O que fazer Dimand e Pandolpho devem investir numa reforma no site. Do jeito que é hoje, um misto de propaganda institucional com loja,
é difícil aproveitar o potencial que o comércio eletrônico oferece. Ao navegar pelo site, não foi fácil encontrar os produtos. Não vi nem mesmo um botão “comprar”. Aumentar as vendas é importante para ganhar escala e diluir os investimentos em logística.

LUCIANA MANKEL CURVES — São Paulo, SPRede de academias para mulheresReceita 100 milhões de reais (Estimativa de mercado)
Fazer degustações nas academias
• Perspectiva Existem no Brasil mais de 15 500 academias de ginástica, que são frequentadas por quase 5 milhões de pessoas. Esses números colocam o país no segundo lugar do ranking mundial, atrás somente dos Estados Unidos.
• Oportunidades Boa parte dos alunos faz algum tipo de refeição após os exercícios — nem que seja um lanche. Mas, para aproveitar essa
predisposição, a Pronto Light precisa se aproximar mais dos consumidores.
• O que fazer Dimand e Pandolpho deveriam contratar promotoras para incentivar os alunos a degustar os pratos em algum espaço junto à
lanchonete. Em troca, as lanchonetes receberiam descontos ao se abastecer com produtos da Pronto Light. Se os alunos gostarem da comida, as vendas no site também devem aumentar. Embora menos rentáveis, as lanchonetes são uma porta de entrada para o site, pois é mais fácil vender um alimento para quem já os experimentou

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