sábado, 4 de dezembro de 2010

Apelo de Cantona a movimento de saque nos bancos ganha adeptos na internet



PARIS - O apelo do ex-jogador Eric Cantona a que na próxima terça-feira os correntistas retirem seu dinheiro dos bancos vem depertando simpatia entre os internautas franceses.
Na página da rede social Facebook, 34.000 pessoas se inscreveram neste sábado para participar do movimento "Revolução! No dia 7 de dezembro vamos todos sacar nosso dinheiro dos bancos". Outros 26.000 internautas anunciam que provavelmente vão se unir ao grupo.
Em vídeo divulgado na internet, o ex-jogador do Manchester United afirmou que "se 20 milhões de pessoas retirarem seus depósitos bancários, o sistema se funde". "A revolução deve ser feita nos bancos (...). Em vez de ir para as ruas em protestos quilométricos, basta sacar todo o seu dinero", propôs Cantona.
A iniciativa causou reações no governo francês. O ministro do Orçamento, François Baroin considerou a atitude grotesca e irresponsável. "Cantona não é sério como assessor financeiro (...). Cada um no seu ofício e as vacas ficarão sempre bem guardadas!".
Segundo a página web www.bankrun2010.com, o objetivo dos promotores da iniciativa é gerar pânico bancário ("bank run").
Na história, após a crise de 1929, e em outras duas ocasiões, milhares de correntistas fizeram fila nas sucursais bancárias movidos pelo medo de não poder recuperar seu dinheiro porque seu banco ou todo o sistema estavam à beira da implosão. Foi o caso da Rússia em 1998, da Argentina en 2001 ou, durante a crise financeira de 2008, do banco britânico Northern Rock e do IndyMac nos Estados Unidos.
"Os cidadãos têm poucas possibilidades de serem bem-sucedidos num movimento de saque generalizado, suscetível de ameaçar os bancos", considera a Association pour la Taxation des Transactions pour l'Aide aux Citoyens ("Associação pela Tributação das Transações Financeiras para ajuda aos Cidadãos"), Attac.
O movimento vem também repercutindo em outros países. "Os britânicos, por exemplo, apoiam o apelo e, tendo em vista o recente clima social e os protestos estudiantis, segundo analistas, poderá converter-se em algo muito explosivo".

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