Há 30 anos a figura daquele músico britânico, com seus inseparáveis óculos de sol de armação redonda, não circula por aí. Ele se foi cedo demais para outro lugar. Mas a efeméride deste 9 de outubro não rodeia a despedida, mas a chegada dele ao mundo, que completaria 70 anos em 2010. John Lennon é o beatle favorito de muitos fãs do quarteto de Liverpool. Dono de composições inspiradoras e inesquecíveis, tem seus pés marcados no cimento da música como um dos maiores nomes de todos os tempos. Contudo, não bastava só sua perpetuação como um grande artista. O mundo nas décadas de 60 e 70 não andava nada bem e era preciso atentar as pessoas sobre a necessidade de dar uma chance à paz - sim, a referência ao clássico "Give Peace a Chance" é clichê, porém inevitável. Sua mensagem e seu papel como ativista ficaram tão registrados na história quanto os hits que escreveu tanto em carreira solo, quanto em parceria a Paul McCartney, seu ex-companheiro de banda. Não se espante ao ver o rosto de Lennon em todos os lugares neste dia. Não se espante ao ouvir o nome de John Lennon por muitos e muitos anos.
Nascido em Liverpool no dia 9 de outubro de 1940, John Winston Lennon gamou para valer em música em 1956, ao ouvir "Heartbreak Hotel", clássico de Elvis Presley. No ano seguinte, segundo Mark Lewisohn, um dos maiores conhecedores da trajetória dos Beatles, Lennon ganhou uma guitarra de sua tia Mimi e então decidiu formar a banda Quarry Men, composta inicialmente por ele e seu amigo Pete Shotton. O grupo contava com demais colegas de escola e John ficava a cargo da guitarra e do vocal. O encontro entre ele e Paul McCartney aconteceu em julho de 1957, enquanto o Quarry Men se apresentava na igreja de St Peter's Parish, em Woolton. James Paul McCartney, que tinha então 15 anos de idade, observava o grupo durante a apresentação e, após o show, fez amizade com o vocalista. Começava ali uma das maiores parcerias que o rock já teve. George Harrison entrou na banda em 1958 e Ringo só assumiu as baquetas no ano de 1962, no lugar de Pete Best, quando o Quarry Men já há muito tempo não mais se chamavam assim, mas Beatles.
A trajetória de sucesso da banda britânica é conhecida até pela aquela pessoa menos informada em termos musicais. O quarteto bateu recordes e mais recordes relacionados a vendas de discos, números de fãs ao redor do globo, entre outros fatos. Por onde passavam, aglomerados de pessoas iam atrás. E, claro, não é bobagem alguma dizer que a vida de John Lennon era praticamente inseparável a do grupo - não só no que diz respeito a ele, como também aos demais integrantes. Era possivelmente a banda mais conhecida do mundo - e comentários a respeito até causaram alvoroço (como o famoso episódio em que Lennon diz, durante entrevista em 1966, que os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo). O fim dos Beatles em 1970 arrancou lágrimas de muitos fãs, que desde então passaram a aguardar um anúncio de retorno. Tal fato não aconteceu, mas seus integrantes, daquele momento em diante ex-integrantes, seguiram em carreiras solo satisfatórias.
Logo no ano de 1970, Lennon lançou o disco de estúdio John Lennon/Plastic Ono Band, junto à sua esposa, Yoko Ono. Entre as faixas, estão "Working Class Hero" e "Power to the People", que marcam o engajamento na fase solo de sua carreira. Na sequência veio Imagine, em 1971, álbum cuja tracklist apresenta aquele que se tornaria o maior hino de John Lennon, "Imagine" - sustentada pela positiva visão de um possível mundo em que não houvesse injustiças e no qual a paz predominasse. Mais do que somente ter uma letra bonita, "Imagine" consegue se manter atual quase quatro décadas após seu lançamento. Durante os anos 70, o ex-beatle seguiu trabalhando e lançando discos. Hits de amor, hits de engajamento. Lennon criou faixas que são sucessos até hoje, como "Jealous Guy", "How Do You Sleep?", "How?", "Mind Games", "Stand by Me", "(Just Like) Starting Over" e "Watching the Wheels".
Mark Chapman, um "fã", matou o cantor a tiros em outubro de 1980, em frente ao edifício Dakota, em Manhattan, onde o músico morava. O assassino ainda paga pelo que fez atrás das grades e desde que cumpriu pena mínima, tenta a cada dois anos obter liberdade condicional (a primeira aconteceu em 2000 e as demais em 2002, 2004, 2006 e 2008). No dia 7 de setembro, o sexto pedido de liberdade condicional lhe foi negado.
Por Lady A
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