terça-feira, 8 de junho de 2010

Leitura na infância

Por Débora Ferreira

A criança deve ser incentivada pelos pais ainda quando bebê, ouvindo histórias e sendo apresentada a livros com algum atrativo visual

A alfabetização é considerada a fase mais importante no desenvolvimento intelectual da criança, e responsável por determinar qual tipo de adulto ela será. Geralmente, nos primeiros contatos com os livros, ou qualquer outra forma de incentivo à leitura, elas mostram-se preguiçosas e indispostas para aprender e pensar, porém, adoram ouvir e prestam muita atenção em cada detalhe de uma história.
“Quanto mais cedo a leitura for introduzida na vida da criança, melhor, mesmo antes de saber falar, sentar ou segurar um livro. Crianças podem e devem manusear livros e ouvir histórias. Isso faz com que elas ampliem o vocabulário e passem a se expressar com desenvoltura. Além disso, quem se relaciona permanentemente com livro faz mais associações, adquire um repertório maior de histórias, desenvolve a concentração, aprende a ouvir e aprimora a capacidade representativa e simbólica por meio da escrita e das imagens”, explica Auricema Rorato Gonçalves, coordenadora educacional da Prefeitura de Ribeirão Pires, região metropolitana de São Paulo.
As crianças devem ter contato com livros diferentes, como os de pano e até baú de brinquedos. A leitura deve ser realizada pelos pais ou por quem fica mais tempo com elas - dando preferência a livros de vários gêneros - e também pela escola, a principal responsável pelo aprendizado. Segundo a coordenadora educacional, é melhor dar preferência aos exemplares com letras e tamanhos maiores, mais fáceis para que elas visualizem palavras e imagens. Os mais coloridos e mais resistentes podem permanecer na mão da criança para que ela possa puxar, deitar e rolar com o livro.
A jornalista Adriana Banin, de 38 anos, conta que a filha, Isabela da Silva Banin, de 4 anos, foi habituada desde bebê com livros. “Comprávamos livros infantis com detalhes nas imagens, cores, formas e sons. Sempre a coloquei no meu colo para ler e, assim, ir acompanhando as figuras. Em casa temos muitos livros, uma estante repleta, e há muita leitura infantil, desde a fase em que eu era criança. Lemos uma história por dia. Ela já decifra letras, mas não associa ainda, apenas se são nomes que ela já conhece, de amigos e familiares. Outro hábito que criei foram os quebra-cabeças desde pequena. Além das revistas de atividades, não ficamos apenas nas de colorir”, comenta.
A leitura aumenta o conhecimento sobre a linguagem escrita e habitua as crianças ao seu estilo formal, a sentir emoções, viajar pelos próprios pensamentos, encontrar respostas para algumas de suas curiosidades e aprender ainda mais a identificar as cores. “Por meio da leitura, a criança conhece as características de cada gênero e diferencia a linguagem oral da escrita. Outro ponto fundamental é que a leitura auxilia na organização do pensamento”, diz Auricema.
Não reprima a criança no momento em que ela estiver manuseando os livros, as frases “não rasgue”, “tome cuidado” ou “só um livro por vez” podem causar traumas e criar um bloqueio nos próximos contatos com cada exemplar. A criança, e futura leitora, até os 2 anos tem o ritmo do cérebro mais acelerado e, se a leitura for estimulada nesse período, com o passar do tempo terá mais facilidade e substituirá naturalmente por textos mais complexos.
Procure sentar com a criança para fazer a leitura no momento em que ela estiver mais calma. A ocasião deve ser algo agradável para elas. Se por ventura pronunciarem alguma palavra errada, não pare a leitura pra corrigir. Aproveite essas oportunidades junto ao seu filho para encorajá-lo, falar palavras de pensamento positivo e de incentivo. Caraúbas

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