terça-feira, 25 de maio de 2010

Análise econômica

por Beatrice Gonçalves | EXPOGESTÃO



Edward Prescott, Prêmio Nobel de economia em 2004, opina sobre a situação do pós-crise nos EUA, Europa e Brasil
Para o economista Edward Prescott, Prêmio Nobel de economia em 2004, os Estados Unidos podem demorar uma década para se recuperar da crise, a Europa precisa ficar alerta para não entrar em uma e o Brasil é um dos poucos países que está no caminho certo. Prescott esteve no Brasil e discutiu questões sobre a política econômica internacional na Expogestão (Congresso Nacional de Atualização em Gestão e Feira de Produtos e Serviços) realizada de 19 a 21 de maio em Joinville, Santa Catarina.
Para Prescott, os Estados Unidos podem perder uma década de crescimento, assim como aconteceu com o Japão após a crise de 1992. O economista critica a atual política econômica de Obama porque considera que o presidente está tentando centralizar a economia americana e que ao invés de cortar impostos está aumentando as alíquotas. “Eu culpo muito mais Washington pela crise do que o Wall Street. Não considero que a centralização seja o caminho, eu acredito que é preciso fazer reformas no sistema financeiro com boas regras, não com mais regulamentações”.
O economista considera que a atual crise na Grécia é um exemplo de uma política de centralização econômica que deu errado. Para o especialista, a União Europeia precisa analisar a crise como um alerta de que algo deve ser feito. “Esses países precisam criar mecanismos para evitar que se gaste mais do que se arrecada”.
Prescott considera que o Brasil está no caminho certo, o que pode ser percebido pelo crescimento no número de investimentos no país. “Eu fiquei surpreendido ao saber que o governo optou por não subsidiar empresas que não estavam indo bem no setor aéreo brasileiro e que o próprio mercado deu conta de resolver essas questões sem precisar de ajuda do governo”.
Para o especialista, o grande problema do Brasil ainda é a centralização política e econômica. Ele considera que as decisões sobre os rumos do país não deveriam ser feitas só em Brasília, mas que instâncias locais nos estados também pudessem decidir sobre isso. “O Brasil precisa de mais competição entre os estados e até mesmo entre as universidades. Tem que haver mais autonomia de uma forma geral. Brasília não consegue gerir todos os estados de forma eficiente”.
A Expogestão contou com visitantes de mais de 100 cidades, vindos de 11 estados brasileiros. No total, mais de 2.700 pessoas participaram dessa edição, que reuniu importantes nomes do Brasil e do exterior, apresentando o que há de mais atual sobre o mundo dos negócios. 
Caraúbas RN

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