Com uma participação histórica muito pouco expressiva nas vendas totais do comércio eletrônico brasileiro, as roupas finalmente estão conquistando seu lugar na cesta virtual do internauta tupiniquim.
A categoria que, quatro anos atrás, era apenas a 26ª colocada entre as mais vendidas do setor, neste ano alcançou um impressionante 6º lugar no ranking elaborado pela consultoria e-bit, respondendo por 5% do total de pedidos feitos pela internet.
O salto indica que o brasileiro finalmente está deixando de lado a desconfiança e se aventurando em uma área que, em países onde comércio eletrônico é mais maduro, já é bastante explorada. Nos Estados Unidos, por exemplo, a moda está entre as categorias líderes de venda há muitos anos.
Uma das razões por trás deste fenômeno é o aumento da disponibilidade de lojas virtuais especializadas no segmento. Ao contrário de outros países, onde os grandes players do e-commerce, como Amazon.com e companhia, atuam na linha, os grandes varejos online brasileiros nunca investiram pesado na venda roupas.
"Crescendo a taxas de 30% a 40% ao ano, os grandes não tiveram tempo de olhar para o lado", justifica Gerson Rolim, consultor da camara-e.net. Mas esta não é a única barreira que impediu o crescimento do segmento.
Um desafio que se apresenta aos pequenos e médios empresários interessados em levar seu negócio para a internet é a falta de organização do estoque e investimento em sistemas que permitam um controle mais eficiente da operação.
"Muitos lojistas nem sabem ao certo o que têm no estoque. Esta informalidade dificulta muito a criação de uma operação online", opina Ricardo Ikeda, que desenvolveu soluções de e-commerce para grandes empresas, como Etna, Nike e Panasonic.
A falta de padronização das roupas brasileiras é outro obstáculo para quem atua no setor. Diferentemente de países como os Estados Unidos, onde a numeração respeita padrões bastante rígidos, no Brasil, um 38 nem sempre é um 38. "As pessoas ficam receosas porque não sabem se a roupa vai servir", explica Rolim.
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