O Facebook conecta mais de 400 milhões de pessoas e tudo indica que logo vai atingir a casa do meio bilhão. Quando isso acontecer, um em cada 13 habitantes no mundo (considerando uma população de 7 bilhões) estará na rede social. Mais de 25 bilhões de postagens já são feitas por lá a cada mês. Agora, esse gigante enfrenta reclamações proporcionais a seu tamanho. Governos, organizações internacionais e usuários estão questionando a forma como a privacidade é tratada na rede social.
Até sexta-feira à noite, 23.361 pessoas haviam prometido deixar a rede social hoje e excluir seu perfil. Esta segunda-feira, 31, é o dia de sair do Facebook, o Quit Facebook Day, como é chamado pelos criadores do movimento.
Irritados com a dificuldade de controlar a exposição de seus dados, dois canadenses resolveram buscar adeptos para uma debandada do site que, segundo eles, não respeita usuários, informações pessoais nem o futuro da web.
As constantes reclamações sobre o Facebook reabriram um debate recorrente quando se trata de redes sociais: a privacidade.
Desde novembro do ano passado, o Facebook alterou quatro vezes sua política de privacidade. E a cada mudança, os dados dos usuários ganhavam mais exposição pública até que eles percebessem a mudança e reconfigurassem o que deveria ser visto apenas por seus amigos e o que todo mundo poderia ver se jogasse o nome da pessoa no Google.
Em abril, junto do lançamento do botão “Like” que pode ser usado por outros sites, veio a mudança que disparou a reação anti-Facebook. A política de privacidade da rede social foi alterada mais uma vez e passou a conter itens polêmicos que, entre outras coisas, determinam o compartilhamento dos dados dos usuários com aplicativos de terceiros e sites que usam os plugins sociais da rede. As informações poderiam ser armazenadas por outras empresas para sempre.
No dia 5 de maio, o Electronic Privacy Information Center apresentou queixa exigindo que a Comissão Federal de Comércio dos EUA pedisse explicações para o Facebook sobre as frequentes mudanças em suas regras de privacidade, que, segundo eles, tornavam os controles ilusórios e cada vez menos intuitivos.
Eles exigiram e a resposta veio na quarta-feira, 26, com o anúncio da simplificação dos controles de privacidade e da possibilidade controlar a exibição de informações que antes eram obrigatoriamente acessíveis.
E era esse o ponto de conflito: até quarta, informações como nome, foto de perfil, cidade, profissão, lista de amigos e conteúdos marcados com o “Like” eram obrigatoriamente públicas e poderiam ser armazenados indefinidamente pelos aplicativos. Agora, a lista de amigos e a páginas curtidas podem ser privadas.
Por causa das tensões dos últimos meses, Mark Zuckerberg, criador e CEO do Facebook, virou o mais novo vilão do Vale do Silício. Com apenas 26 anos, já foi conhecido como visionário e empreendedor e, agora, ganha a fama de inescrupuloso e despreocupado com a segurança das informações de quem usa a rede social criada por ele seis anos atrás, enquanto ainda era um jovem universitário em Harvard.
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