O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, em reunião extraordinária realizada na terça-feira, 5, a alteração do prazo para a contratação das operações de câmbio. De acordo com resolução publicada no 'Diário Oficial' da União (DOU), o aval para compra de dólares foi ampliado para dívidas que vencem em até 1.500 dias - pouco mais de quatro anos. Antes, a regra autorizava compras para dívidas que venceriam em até 750 dias.
Com base nos dados disponíveis até agosto, a resolução que passa a valer a partir de hoje amplia para algo próximo a US$ 9 bilhões o potencial de compra de dólares pelo Tesouro Nacional para o pagamento de dívida externa, segundo informação de uma fonte do governo.
Essa ordem de grandeza considera toda a dívida externa que vence em 48 meses - seja em dólar, euro, real e contratual -, subtraindo-se os vencimentos em 24 meses que já foram praticamente todos adquiridos pelo Tesouro antecipadamente.
Considerando-se apenas os vencimentos em dólar, o novo potencial de compra do Tesouro em moeda estrangeira é menor, em torno de US$ 5,5 bilhões.
Ambos os cálculos foram feitos com base nos números disponíveis no anexo 3.6 da nota da dívida pública mobiliária federal externa e levando em conta uma taxa de câmbio de R$ 1,70. Os dados disponíveis se referem ao mês de agosto. Os números não são precisos, porque ainda não foi divulgada a posição da dívida em setembro e porque não está disponível ainda o número exato de vencimentos da dívida contratual que podem ser adquiridos também.
Mais compras
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou há pouco à Agência Estado que a ampliação do prazo para a contratação das operações de câmbio tem o mesmo objetivo da medida anterior que ampliou o poder do Tesouro para comprar dólares.
Com isso, a atuação do Tesouro na compra de dólares também poderá ajudar a conter a excessiva valorização do real. O secretário afirmou ainda que técnicos do Tesouro darão mais explicações sobre a medida nesta tarde.
Por Grii Alves
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