Não sei bem se um blog sobre inovação é lugar para se falar de eleição. Acho que é.
Eleição, para mim, é só sobre o futuro mais distante- sobre o que considero serem os melhores caminhos para que o Brasil cresça e prospere. Por isso, tenho hesitado sobre em quem votar. Pensei em anular, mas mudei de idéia. Resolvi criar um algoritimozinho e dar notas aos candidatos nos atributos MENTALIDADE (idéias) e ATITUDE.
Não gosto nem da mentalidade (estatizante) nem das atitudes de quem está no poder.Dilma. O candidato que considerava mais adequado, Serra, se acovardou e eu fiquei com raiva dele. Gosto de sua mentalidade , mas não das atitudes. Sobrou a Marina, cujas mentalidade e atitudes não me empolgam, mas também (tirando aspectos religiosos)- não me repugnam. Olhe o gráfico (clique nele para aumentar).
Dei notas de zero a 10 para mentalidade e atitudes dos três candidatos. A área sob a curva da Marina é maior. O que decide eleição é a percepção coletiva de que “estou melhor ou pior hoje do que estava antes”. O voto não vem de um processo analítico de entendimento. O tempo da eleição é o presente. Pessoas metidas a intelectuais (metidas a besta) como eu, acham isso um convite à manipulação da ignorância.
O Brasil está melhor hoje do que estava há 8 anos, mas não estaria se, em governos anteriores, não tivessem sido tomadas medidas-muitas delas impopulares-que permitiram que hoje as coisas estejam melhores. Isso (para mim,claro;o voto é individual) faz toda diferença. O não reconhecimento dessa verdade por parte dos atuais detentores do poder é intolerável para mim. A privatização foi boa para o Brasil, não ruim. O saneamento dos bancos foi bom, não ruim. A lei da responsabilidade fiscal foi boa, não ruim etc.. e tal.
Mas isso é papo para intelectual, o povão acha que está podendo comprar DVD player graças ao Lula, que fez o que outros não fizeram porque não “gostam de pobre” e não tinham “vergonha na cara”. O nome disso? Má fé. Mentira. Como eu acho mentira uma coisa ruim para se construir um país, não voto na continuidade dessa mentalidade. Também não gosto desse negócio de “pai dos pobres”,”mãe do PAC”,”entrego este povo em suas mãos para que você cuide dele” etc..Tudo primitivismo populista.
É inconcebível construir posições de poder se aproveitando da ignorância “do povo” e ,assim,contribuindo para torna-lo-o ainda mais infantil. Não acredito que “povo” seja detentor de qualquer sabedoria especial por ser “povo” (idem negros,mulheres, indios..).
Serra perdeu meu voto por duas razões, ambas ligadas à covardia. Não assume o governo FHC, e tentou usar elogios de Lula a seu favor. Ou seja: quer ganhar de qualquer jeito sem correr o risco de parecer anti-Lula. Eu acho que não vale a pena ganhar de qualquer jeito. Prefiro um candidato para perder, mas que fale a verdade e aponte coisas que eduquem . Não voto no Serra basicamente porque não reconheço nele a força que um líder tem que ter. Líder não é quem vence, é quem se comporta de certa forma mesmo diante da inevitabilidade da derrota.
Voto na Marina. Confesso que não sou particularmente sensível à causa ambiental ( nem vou falar das posições religiosas criacionistas dela. Uma lástima. Mas não acho que isso vá influenciar na forma dela exercer o poder).
Decidi votar nela por exclusão, nenhuma outra opção me pareceu melhor.Vislumbro uma possibilidade (pequena) de mudança nesse culto à ignorância e no primitivismo que nos assola, nem tanto por causa dela mas, basicamente, por certas pessoas que estão no seu entorno. Não tenho entusiasmo, não faço campanha, não discuto, nem tento convencer niguém de que Marina é a melhor. Mas,para mim, cheio de dúvidas, ela é. O algorítimo falou, gente!
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