Sistema móvel do Google está se tornando poderoso demais?
Apontado pelo CEO da Nokia, Stephen Elop, como um dos motivos para que optasse pela plataforma Windows Phone 7, da Microsoft, a força do sistema Android tem gerado discussão.
A preocupação é que o sistema operacional do Google possa estar se tornando poderoso demais.
Em dezembro do ano passado, Andy Rubin, diretor do Google para o Android, usou de seu perfil noTwitter para informar que “300 mil aparelhos com sistema Android são ativados diariamente”.
Na Mobile World Congress, em Barcelona, o Android foi a grande estrela da convenção, estando presente em praticamente todos os aparelhos mais importantes lançados por Samsung, Motorola, LG e Sony Ericsson.
O smartphone Galaxy S II e o tablet Galaxy Tab 10.1, da Samsung; o smartphone Optimus 3D e o tablet Optimus Pad, da LG e vários aparelhos da HTC. Todos usam Android.
Pouco antes do início da feira na catalunha, Elop explicou que abdicou do Android por temer a criação de um duopólio no mercado atualmente dominado pela Apple e o próprio sistema do Google, já apontado por várias pesquisas como o número um no mercado de smartphones.
Fabricantes, operadoras e programadores de aplicativos já colocam Android e Apple no mesmo patamar, o que é algo muito mais positivo para o pessoal do Google do que para a turma de Steve Jobs, até pelo Android estar a menos tempo no mercado (foi lançado em outubro de 2008) do que o iOS (no mercado, desde junho de 2007).
“Nokia e Microsoft irão unir forças para entregar um ecossistema móvel sem concorrentes, com escala global. Agora, é uma corrida com três cavalos no páreo”, declarou o CEO da Nokia, durante anúncio do acordo com a Microsoft.
De fato, melhor três concorrentes do que apenas duas empresas dominando o mercado, cenário atual e certamente realidade num futuro próximo, dada as enormes desconfianças sobre o sucesso da parceria Nokia-Microsoft e do próprio Windows Phone.
Ao Wall Street Journal, o diretor do Google para o Android afirmou não entender o temor de que um código-fonte aberto seja poderoso demais. Rubin atribui a grande adoção da plataforma pelo fato de o Google eliminar qualquer tipo de controle.
O fato é que em Barcelona a presença do Google foi marcante. O robozinho, símbolo do Android, fez muito sucesso na Mobile World Congress, a ponto de ofuscar fabricantes e operadoras, em teoria as donas da festa. Era assim em anos anteriores.
Ocorre que muitas delas não têm muita escolha e acabam aceitando, até para ganhar impulso no mercado de smartphones, mas silenciosamente elas sentem esse acúmulo de poder do Google no mercado móvel.
O segmento de software exerce, cada vez mais, papel de destaque na indústria de celulares. E a tendência é que seja assim por muito tempo. Quem vai dizer se o Google, com a sua popular plataforma Android, adquiriu poder demais é o mercado. Missão para o iOS, da Apple e, quem sabe, Nokia e Microsoft.
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